Especificações de lubrificantes para motores

O elevado grau de desenvolvimento da indústria automóvel mundial requer normas e padrões internacionais para a avaliação, certificação e homologação dos lubrificantes. Estas normas internacionais avaliam a qualidade da protecção fornecida pelo lubrificante ao equipamento que está a ser lubrificado.  

Existem principalmente 3 entidades internacionais que administram sistemas que descrevem o nível de qualidade dos lubrificantes para motores de combustão interna:

SAE (Society of Automotive Engineers)
API (American Petroleum Institute)
ACEA (European Automobile Manufacter’s Association)

Além destas entidades, os lubrificantes para cumprirem as especificações dos construtores, são ainda submetidos a testes específicos pelos principais fabricantes.

SAE – Esta organização classifica os graus de viscosidade para lubrificantes de carter de motores e de engrenagens de veículos automóveis.
Classificação de viscosidades SAE para óleos de motor (SAE J 300)

A classificação SAE para lubrificantes de cárter de motor, envolve 12 graus de viscosidade, e dois grupos de viscosidades – um contendo a letra “W”, (“W” é a primeira letra da palavra inglesa, “Winter” que significa inverno em português) e outro sem a letra “W”. Os óleos do grupo com “W” (também designados por óleos de inverno), são classificados pela viscosidade máxima a baixa temperatura de arranque a frio, pela temperatura máxima de limite inferior de bombagem, bem como pela viscosidade mínima a 100ºC. Os óleos do grupo sem “W” são classificados pela viscosidade cinemática mínima e máxima a 100ºC e pela viscosidade mínima, HT/HS (elevada taxa de corte (106 s-1), a elevada temperatura (150ºC).

Classificação de viscosidade SAE para óleos de engrenagens “automotive”

A classificação de óleos para engrenagens em cárter, SAE J306 tem sido modificada com o passar dos anos. Hoje, estabelece dez diferentes graus de viscosidade.

Este sistema tem função análoga ao sistema para óleos de motor. Aqui também o sufixo “W” indica graus de viscosidade de lubrificantes destinados a serem utilizados em baixas temperaturas ambiente (locais de clima muito frio).

A medida de viscosidade para baixa temperatura de engrenagens é feita através do ensaio de viscosidade dinâmica “Brookfield” porque representa melhor as propriedades de fluidez dos óleos de engrenagens (do que ensaios de ponto de fluidez, por exemplo).

API – A API estabelece padrões de performance para óleos de motor e de engrenagens “automotive”.

Classificação de serviço API para óleos de motor

Os padrões de performance API para lubrificantes de motor são expressos com base em duas letras e de acordo com o seguinte critério:

– Motores a Gasolina, identificados pelo prefixo S, de “Service Station”;
– Motores Diesel, identificados pelo prefixo C, de “Commercial”.

Dentro de cada grupo, há diferentes níveis de tecnologia, identificados pela adição de uma letra por ordem alfabética, após o S, ou o C. Esta segunda letra identifica o nível de evolução do lubrificante.

Classificação de serviço API para óleos de engrenagens “automotive”

Os padrões de performance API para óleos de engrenagens “automotive” são expressos com base no seguinte critério:

API GL – seguido de um número em que: G: Gear, L: Lubrificante
O número é função do tipo de engrenagem e da carga aplicada.

ACEA – Em 1991 foi criada na Europa a CCMC (Comité dos Construtores de Automóveis do Mercado Comum). Tinha como objetivo ajustar as performances dos lubrificantes às condições de condução na europa. Em 1 de Janeiro de 1996, a ACEA substituiu a CCMC e passou a incluir todos os fabricantes europeus de automóveis.

Recentemente (Janeiro de 2012), a ACEA aceitou o pedido da companhia coreana Hyundai Motor Europe para que passasse a integrar o seu quadro de associados.

A ACEA define os níveis mínimos de prestações nos lubrificantes, obriga a certificação ISO 9001 e é mais exigente que a especificação API.

Actualiza os níveis de qualidade cada 2 anos. A classificação mais recente refere-se ao ano 2010.

A ACEA estabeleceu 3 grupos principais que correspondem às seguintes categorias de desempenho:

Ax/Bx: Lubrificantes destinados a motores de gasolina e diesel de veículos ligeiros de passageiros e comerciais.
Cx: Lubrificantes destinados a motores de gasolina e diesel de veículos ligeiros de passageiros e comerciais equipados com sistemas de pós-tratamento de gases de escape, (Filtro de partículas diesel e catalisadores de 3 vias).
Ex: Lubrificantes destinados a motores diesel de veículos pesados.

Depois da letra correspondente à classe, um algarismo (x) define o nível de prestação. Os dois dígitos separados por um hífen identificam o ano de implementação do nível de prestação dentro de cada categoria.

Um novo ano significa um novo parâmetro ou um novo teste (sempre) mais severo que o anterior.

Quando o ano é seguido de “Issue” 2, 3, 4, 5, etc., cada dígito, significa o número de vezes que o respectivo nível de qualidade foi actualizado, mas não foi aumentada a severidade dos parâmetros dos testes, isto é, foram mantidos os limites especificados anteriormente.

Homologação dos construtores

Para além das especificações internacionais apresentadas, os principais construtores exigem que os lubrificantes para serem homologados, sejam aprovados com base no cumprimento de testes e ensaios próprios, tanto no caso de ligeiros como de fabricantes de motores pesados (ex. MAN, SCANIA, IVECO, DAF, RENAULT).

(Anexo IX – Especificações dos principais fabricantes de veículos ligeiros de passageiros e comerciais)