Principais Funções dos Lubrificantes

O principal objectivo de um lubrificante é o de prolongar a vida útil dos equipamentos, ter elevada capacidade de resposta em condições exigentes como é o caso de motores de combustão interna, que vamos tomar como exemplo, apresentar potencial para optimizar o consumo de combustível e ser mais específico relativamente às necessidades das diferentes tecnologias dos motores. Consegue isto à custa das seguintes funções:

Lubrificar – Lubrificar é a principal função dos lubrificantes e consiste em reduzir o atrito e o desgaste entre as superfícies em movimento relativo, separando-as por interposição de uma película lubrificante.

Arrefecer – A maior parte do calor gerado num motor sai pelos gases de escape e uma parte significativa, é dissipado pelo líquido de refrigeração.

Contudo, cerca de 5 a 10% da energia gerada pelo combustível, é transferida para o lubrificante em forma de calor, que deve por isso possuir uma capacidade refrigerante eficaz.

Vedar – A película de lubrificante existente entre as paredes do cilindro, os segmentos e as ranhuras do êmbolo, deve impedir a passagem dos gases para o carter durante o tempo da combustão/expansão, assim como, a entrada do óleo do carter nos cilindros, no tempo de aspiração.

Proteger contra a corrosão e ferrugem – Os produtos resultantes da queima de combustível podem ser corrosivos principalmente a altas temperaturas. O lubrificante deve neutralizar os contaminantes de natureza ácida e assim evitar a corrosão e ferrugem nas superfícies metálicas dos motores.

Limpar – Os resíduos carbonosos, e outros materiais provenientes da combustão incompleta do combustível, acumulam-se no óleo lubrificante. Um bom lubrificante de motor deve manter as superfícies metálicas livres de depósitos.

Contribuir para a protecção do ambiente/Reduzir o consumo de combustível – A protecção do meio ambiente e a redução no consumo de combustível constituem hoje importantes desafios aos construtores e às companhias de petróleo. Os lubrificantes de hoje estão aptos a contribuir de um modo significativo para o aproveitamento máximo da eficiência energética dos motores e para a redução do consumo de combustível como medida adicional para a diminuição de contaminantes através do escape.

Os lubrificantes podem também ser utilizados como agentes de transmissão de força e de movimento.

Para além disso, tal como acontece com o sangue no nosso organismo, é possível detectar as condições de funcionamento de uma máquina ou equipamento, através da análise aos fluidos lubrificantes, sendo as metodologias mais usadas para detecção de agentes contaminantes a ferrografia e a espectrofotometria. A primeira é um tipo de análise aplicado na manutenção condicionada, principalmente de grandes máquinas industriais, que permite avaliar o aspecto e o tamanho das partículas existentes no fluido lubrificante, dando assim indicações precisas quanto à ocorrência de não conformidades e quanto ao nível de desgaste.

Já a espectrofotometria, utilizada por exemplo na Fórmula 1, é o método mais adequado para a monitorização de motores de combustão interna, permitindo a identificação da quantidade de elementos metálicos tais como cobre, alumínio, ferro e crómio, provenientes das diversas ligas metálicas que compõem os equipamentos, bem como do silício, causado pela poeira existente na atmosfera.