Regeneração de óleos usados

O aumento das exigências tecnológicas e ambientais tornaram os óleos base de Grupo I obsoletos, não podendo mais ser utilizados em lubrificantes de alto rendimento para motores, devido ao seu teor de enxofre, à sua alta volatilidade, às suas insuficientes propriedades a baixa temperatura e ao seu baixo índice de viscosidade. Assim, há obviamente uma tendência crescente de aumento da produção de óleos base dos Grupos II e III, sendo porém consenso que os óleos base do Grupo I ainda terão uma participação representativa no mercado, por longo tempo, noutras aplicações.

Ao mesmo tempo tem-se verificado uma redução do número de refinarias que produzem óleos base, bem como um aumento do número de refinarias com “hidrocraking”, podendo produzir tanto combustíveis como óleos base o que, em períodos de alta volatilidade de preços do crude, lhes permite focar a sua produção nos combustíveis, aumentando a rentabilidade da refinaria, em detrimento da produção de óleos base.

Este é um factor que tem levado a um aumento significativo no preço dos óleos base virgens. Assim, a subida do preço dos lubrificantes acabados, conduzidos pelo aumento de preço dos óleos base, o seu upgrade em qualidade e o ainda baixo valor obtido pelos óleos usados, permitem a rentabilidade da Regeneração, processo muito semelhante ao de refinação do petróleo bruto e que permite obter, a partir de óleos lubrificantes usados, óleos base refinados, de qualidade idêntica ou superior à dos chamados óleos base virgem.

Se podemos afirmar que o futuro nos vai trazer lubrificantes com maior grau de pureza, baixa volatilidade e uma maior vida útil, somos também da opinião que existe um enorme potencial de crescimento para a regeneração, tanto mais que, segundo dados da revista Lubes’n Greases, são recolhidos por ano, globalmente, 16,5 milhões de toneladas, cerca de metade dos óleos lubrificantes usados disponíveis, mas apenas 2,6 milhões (16%) vão para regeneração, resultando daí 1,6 milhões de toneladas de óleos base dos quais, actualmente, e segundo dados da Kline & Company, 24% são produzidos na América do Norte, 43% na Europa Ocidental, 13% na Ásia, 11% na América do Sul e 9% no resto do mundo.