Em foco – A sustentabilidade nos lubrificantes

A par da optimização para poupar custos e recursos, a indústria dos lubrificantes é confrontada com requisitos externos, a começar pelos consumidores que cada vez mais questionam o impacto ecológico que os produtos possuem. Para além destes, também a nível político surgem requisitos para que a indústria contribua para se atingirem os objectivos de emissões de CO2.

Neste contexto, considerando o potencial da indústria lubrificante contribuir para a preservação do planeta, a Associação Alemã de Produtores de Lubrificantes (Verband Schmierstoff-Industrie e.V., VSI) criou um grupo de trabalho (Nachhaltigkeit Schmierstoffindustrie, NaSch) com o objectivo de estimar os recursos necessários para produzir lubrificantes. Numa primeira fase, os membros da VSI receberam um questionário com questões relativas a energia e recursos (gás, energia eléctrica, água, entre outros) necessários para produzir lubrificantes.

A análise distinguiu entre produtores de lubrificantes em geral (por exemplo, óleos de motor), massas lubrificantes, fluídos de corte e fluídos de protecção, uma vez que a produção destes tipos de lubrificantes varia fortemente. Para obter uma pegada de carbono associada a cada óleo, os diferentes recursos foram transcritos por uma equação standard.

Dado que a mistura de lubrificantes é um procedimento altamente padronizado, as respostas obtidas mostram valores médios no sector no que diz respeito ao consumo de energia. Sem surpresas para o grupo de trabalho, o procedimento para a produção de massas foi aquele onde se verificou a necessidade da maior quantidade de energia, enquanto a pegada de carbono da mistura é (quase) insignificante em comparação com os recursos necessários para produzir os óleos base e aditivos.

Na segunda etapa, o grupo de trabalho convidou os fornecedores de óleos novos e os produtores de óleos de base regeneradas e de aditivos, a construírem o panorama geral com base na sua informação. Para os aditivos, o trabalho verificou-se muito mais complexo do que esperado. Por exemplo, no que diz respeito à possibilidade dos resíduos químicos, o facto de o calor gerado por unidades de produção ou outros ‘resíduos’, poderem ser matéria-prima para outra unidade dentro da mesma fábrica. No caso da utilização de energia eléctrica ‘verde’ (ou seja, com origem 100% renovável) foi estimada numa magnitude de 7 a 8% do total de recursos necessários.

As conclusões do estudo mostraram que uma melhoria significativa é bastante limitada para os fabricantes de lubrificantes e aditivos. No entanto, o grupo de trabalho concluiu que os óleos lubrificantes com formulações com 30% de óleos regenerados e 70% de óleos base virgens poderiam ser uma boa conjugação para uma pegada de carbono mais generalizada dos lubrificantes.

O próximo passo do trabalho será a criação de formulações modelo (para óleos de motor, óleos hidráulicos e de engrenagem e fluídos de corte) e calcular a pegada destas formulações através do uso da pegada de carbono de aditivos e de vários óleos base (de origem mineral e sintética). Numa etapa posterior do estudo, os dados serão usados para alimentar um software padrão (denominado ‘Ecochain’), que permitirá aos fabricantes calcularem a pegada de carbono de uma determinada formulação.

 

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