ENTREVISTA – AMBICARE

A Sogilub apresenta… AMBICARE

Nesta edição fomos conhecer melhor a AMBICARE, uma empresa portuguesa fundada em 1999 e que tem as questões ambientais como matriz, o que a distingue das demais empresas do setor da manutenção elétrica. Nuno Dias, Diretor Comercial da AMBICARE, deu-nos a conhecer a empresa.

Sogilub (S) – Fale-nos um pouco da AMBICARE e da sua atividade: percurso em Portugal, principais atividades, o que vos diferencia no sector…

Ambicare (A) – A AMBICARE foi fundada em 1999 e logo desde início os óleos foram a temática principal da sua atividade, com a implementação de um laboratório de óleos dielétricos para a sua avaliação da condição de estado e com a aquisição de máquinas de tratamento em streamline para que se pudesse prolongar o tempo de vida útil destes óleos e consequentemente dos transformadores elétricos que os contêm.

Ainda neste âmbito fomos pioneiros no que aos PCB (Policloretos de Bifenilo) diz respeito, quer na despistagem e identificação desta substância quer posteriormente na descontaminação de equipamentos que o continham.

Sempre tivemos na nossa matriz as questões ambientais e julgamos que esta é uma das grandes qualidades que a AMBICARE possui quando comparando com outras empresas do setor da manutenção elétrica.

S – Como caracteriza o mercado dos lubrificantes em Portugal, de uma forma geral, e no vosso sector em particular? Quais as principais oportunidades e desafios?

A – No caso em particular em que a AMBICARE está envolvida, o mercado encontra-se dominado por 2 a 3 fabricantes pois é um nicho de mercado que deverá representar apenas 1% do total do mercado dos óleos lubrificantes.

Os óleos dielétricos, à semelhança de outros produtos, têm sido alvo de estudos no que à sustentabilidade diz respeito e já existem vários produtos inovadores que sejam os óleos de origem vegetal quer sejam óleos originários de resíduos, os chamados Bio.

Diríamos que o grande desafio nesta área será mudar o paradigma dos óleos minerais para óleos mais sustentáveis.

S – Qual a estratégia do AMBICARE para o mercado português, relativamente aos lubrificantes?

A – Conforme atrás referido, a aposta da Ambicare passa por poder oferecer aos seus clientes serviços que permitam prolongar a vida útil do óleo que se encontra em serviços nos seus equipamentos, mas também nos casos em que tal não seja possível, oferecer produtos de qualidade superior e que possam ter em consideração as características e regimes de funcionamento aliado ás questões ambientais.

Tem-se assistido por toda a Europa uma nova tendência que é a introdução no mercado dos óleos de origem vegetal e bio. Muitos clientes já solicitam novos ativos com este tipo de óleo, é uma tendência crescente que certamente irá ter repercussões no mercado nacional nos próximos anos.

S – Quais os maiores desafios que se colocam aos produtores de resíduos em geral e a vós, em particular?

A – Pensamos que o maior desafio que temos pela frente ainda será em termos de mentalidade. Ou seja, que as decisões sejam tomadas tendo em conta as vertentes económica, técnica e claro ambiental pois só assim poderemos deixar um mundo melhor.

S – A Sogilub e a AMBICARE têm já vários anos de colaboração. Considera importante a adesão ao SIGOU? Como vê a interação com a Sogilub?

A – A AMBICARE está com a SOGILUB desde o seu início. Esta parceria, porque nós vemos esta colaboração como uma verdadeira parceria, é fundamental não só para o cumprimento integral das obrigações legais, mas também podermos estar associados a uma organização que tem como matriz as preocupações ambientais, para além de todo o apoio e soluções que o SIGOU fornece aos nossos clientes, podendo encaminhar o seu resíduo de óleo de uma forma segura e sustentada.

S – De forma geral, considera a atividade da Sogilub importante para a AMBICARE, enquanto produtores de óleos usados e produtores de óleos novos? Porquê?

A – Como produtor de óleos novos a SOGILUB permite-nos de uma forma transparente e desburocratizada cumprir integralmente a legislação no que à responsabilidade do produtor diz respeito. Para além disso como produtor de óleos usados a possibilidade de concentrar numa única entidade todos os contactos sabendo de antemão que o resíduo do óleo será reencaminhado para operadores deviamente autorizados.

S – Como avalia a evolução do desempenho da Sogilub ao longo dos anos e qual o balanço que faz, de acordo com a vossa experiência?

A – Temos acompanhado a Sogilub desde a sua criação e temos verificado uma melhoria significativa no seu desempenho, quer em termos de desenvolvimento de projectos quer em termos da procura e implementação das melhores práticas ambientais.

Podemos afirmar com toda a certeza que a Sogilub está na linha da frente na defesa do Ambiente nunca descurando os interesses dos seus aderentes, o que convenhamos nem sempre será fácil.

S – Qual a sua opinião sobre a forma como a Sogilub comunica convosco? O que acha que pode ser melhorado?

A – A comunicação da Sogilub tem sido um dos fatores de sucesso para os resultados obtidos. São vários os canais pelos quais comunicamos com a Sogilub, quer seja através do site, da plataforma, newsletter e e-mails, já para não falar do contacto direto via telefone ou presencialmente.

Dados os novos canais e plataformas digitais, talvez também apostar nessas para poder difundir a mensagem a novos públicos-alvo.

S – Como avalia o portal https://www.sogilub.pt/ e a plataforma de declarações eletrónicas sogilub.net?

A – Damos nota muito positiva ao portal. Para além de ser extremamente fácil e intuitiva a sua utilização, é seguramente uma mais valia poder centralizar num único local toda a informação relevante no que ao contrato diz respeito.

S – Considera importante que haja lugar à realização de ações de sensibilização/formação promovidas pela Sogilub, quer no âmbito dos óleos usados quer dos óleos novos?

A – No nosso entendimento consideramos que uma das missões mais importantes que esta entidade gestora tem é a da formação e sensibilização. Sem uma sociedade devidamente sensibilizada/formada nunca conseguiremos atingir os nossos objectivos e temos a experiência que isto é um trabalho de todos os dias e pela qual deveremos insistir.

S – Existem algumas ações no âmbito da Economia Circular, que sejam desenvolvidas por vós e que gostasse de referir?

A – A AMBICARE participa ativamente na economia circular, quer através do serviço de tratamento de óleo dielétrico já referido anteriormente que através do serviço de beneficiação de transformadores elétricos. Num mundo atual em que os bens são cada vez mais caros e os prazos de entrega são cada vez maiores com os nossos serviços oferecemos uma extensão da vida útil dos ativos dos nossos clientes.

S – Tendo em consideração que a AMBICARE se relaciona com outras Entidades Gestoras de Resíduos, que desafios futuros, do seu ponto de vista, se colocam às Entidades Gestoras em geral, e à Sogilub em particular?

A – De uma forma geral diríamos que as Entidades Gestoras de Resíduos têm de apostar ainda mais na comunicação, em campanhas de sensibilização, quer para a população em geral quer direcionando as ações para públicos-alvo quando assim é exigido.

No caso da Sogilub em particular e porque estamos a falar de produtos maioritariamente derivados do petróleo, consideramos que o desenvolvimento de novos produtos com origem noutras matérias e a incorporação de reciclados será com toda a certeza um dos grandes desafios no que à sustentabilidade diz respeito.