Síntese – Resultados económicos do 3.º Trimestre atenuam as boas perspetivas para 2023

O otimismo que se perspetivou no final do 1.º semestre deste ano, foi atenuado com os resultados da economia no 3° trimestre.

Como refere o Boletim Económico de outubro de 2023 do banco de Portugal, “após o dinamismo no início de 2023, a atividade económica terá estagnado no segundo e terceiro trimestres e deverá manter um crescimento fraco até ao final do ano”.  Este abrandamento económico é justificado por 2 razões fundamentais: um menor dinamismo nos principais parceiros comerciais que se traduziu numa redução do volume de exportações, e a política monetária europeia, nomeadamente a subida das taxas de juro que, na prática, se traduziu num agravamento das condições financeiras das famílias e empresas, embora esteja a ter um impacto favorável na redução gradual da inflação, tendência que se deverá manter até ao final do ano.

Face às projeções do Boletim Económico de junho, o crescimento económico é, assim, revisto em baixa e a inflação em alta, estimando-se que a economia portuguesa cresça com taxas de variação do PIB de 2,1% em 2023, 1,5% em 2024 e 2,1% em 2025.

No que diz respeito à atividade da Sogilub, esta atenuação foi visível, pois no 3º trimestre, embora o mercado global de lubrificantes se tenha situado nas 18.834 t, cerca de 2% acima do PH (período homólogo), o mercado de óleos novos sujeitos a Ecovalor registou 14.112 t, cerca de 7% abaixo do PH.

Em termos de valores acumulados até setembro, o mercado global de óleos novos registou 58.512 t (cerca de 1,5% abaixo do PH – 59.410 t), enquanto o mercado de óleos novos sujeitos a Ecovalor foi de 46.164 toneladas (cerca de 4% abaixo do PH – 48.247 t)

Operacionalmente, a recolha acumulada ao 3.º trimestre situou-se nas 22.511 t (cerca de 1,5% acima do PH – 22.166 t), sendo resultado, simultaneamente, de um maior número de recolhas e de pedidos de recolha, e de uma ligeiramente menor quantidade média por recolha. Os produtores de óleos usados que já pediram pelo menos uma recolha em 2023, são cerca de 2% mais do que aqueles que o tinham feito no mesmo período do ano passado.

Deste óleo recolhido, após o seu pré-tratamento, resultaram 20.055 toneladas vendidas (cerca de 4% acima do PH – 19.449 t), das quais 16.559 t (cerca de 9% acima do PH – 15.241 t) tiveram como destino a Regeneração e 3.495 toneladas (cerca de 17% abaixo do PH – 4.208 t), a Reciclagem.

Em termos globais, as previsões para o último trimestre do ano são agora menos otimistas pois, se no último trimestre as incertezas futuras tinham como principais incógnitas o desenvolvimento da guerra na Ucrânia e as medidas do banco central europeu ao nível das taxas de juro, a situação atual é bem mais complicada, atendendo ao conflito que, entretanto, eclodiu no Médio Oriente, e que poderá ter consequências muito nefastas na economia em geral e na europeia em particular.

Tanto por razões humanitárias quanto económicas, esperemos que não haja um significativo agravamento das tensões geopolíticas, nem o envolvimento de outros países desta região do globo, que desempenha um papel fundamental em termos de fornecimento global de energia.