A SOGILUB APRESENTA… MCOUTINHO

Em tempo de pandemia, a Sogilub conversou com o Grupo MCoutinho, para saber mais sobre a sua actividade, estratégias e desafios.

Sogilub (S): Fale-nos um pouco da MCoutinho e da sua actividade: percurso em Portugal, principais actividades, o que vos diferencia no sector…

MCoutinho (MC): O Grupo MCoutinho inicia a sua história em 1956 e desenvolve a sua actividade no sector automóvel, com um portefólio de representação de dezoito marcas de viaturas novas e peças originais e aftermarket, bem como uma vasta oferta geográfica de reparadores autorizados e oficinas de colisão em sete distritos nacionais. Os nossos valores – Sustentabilidade, Humanismo, Excelência e Confiança – pautam a nossa actuação no sector, no relacionamento com os nossos Colaboradores e com todos os parceiros e entidades externas. A nossa característica diferenciadora é a abertura à inovação, tendo o Grupo ao longo dos anos desenvolvido vários projectos que traduzem esse compromisso estratégico, dos quais se destacam a organização dos centros de colisão e do negócio de peças.

S: De forma geral, considera a actividade da Sogilub importante? Porquê?

MC: A Sogilub é desde há vários anos um parceiro importante para o Grupo. A actividade de gestão de óleos lubrificantes usados exercida com o profissionalismo e aparente simplicidade com a que a Sogilub o faz representa uma mais-valia para os Reparados Autorizados. Por um lado e de forma evidente, porque se insere no conjunto de obrigações e requisitos legais que temos de cumprir, assegurando ao Reparador o tratamento eficiente e ambientalmente sustentável que a legislação exige. Por outro lado e não menos importante, porque o compromisso com o meio ambiente é um imperativo ético das empresas e sem parceiros válidos, seria inviável gerirmos eficazmente a nossa própria expectativa de sermos “verdes”.

S: A Sogilub e a MCoutinho têm já vários anos de colaboração. Considera importante a adesão ao SIGOU? Como vê a interacção com a Sogilub?

MC: Num Grupo como o nosso, seria impensável não trabalharmos de forma sistemática, com processos e procedimentos claros e uniformes para toda a organização. Neste contexto, a adesão ao SIGOU, a utilização do portal sogilub.net e a interacção com a Sogilub são vectores importantes para que as nossas oficinas trabalhem de forma idêntica e profissional na gestão dos óleos lubrificantes usados e cumpram com os nossos próprios objectivos de sustentabilidade.

S: Como avalia a evolução do desempenho da Sogilub ao longo dos anos e qual o balanço que faz, de acordo com a experiência da MCoutinho?

MC: A Sogilub tem sido um parceiro próximo, disponível para nos ajudar a tratar os resíduos de forma profissional, tendo vindo a evoluir positivamente na relação com o Grupo.

S: Do seu ponto de vista, tendo em vista o desenvolvimento tecnológico, e as novas formas de encarar a mobilidade, nomeadamente o aumento da penetração dos veículos eléctricos, que desafios futuros se colocam aos Concessionários Automóvel, bem como à Sogilub?

MC: Em termos dos desafios que os Concessionários enfrentam, temos essencialmente de nos adaptar comercialmente, continuando a desenvolver as nossas competências de conhecimento de produto e de interpretação das necessidades dos Clientes. Num Grupo como o nosso, há por vezes também várias velocidades, pois as marcas que representamos têm uma oferta muito diversificada e as exigências dos Clientes são diferentes nos distritos do interior e nos pólos urbanos do litoral.
Tecnicamente o desafio aumenta na área da reparação automóvel, visto que temos tido um processo de adaptação progressiva ao fenómeno da electrificação, que é extremamente exigente do ponto de vista da formação dos nossos Colaboradores e da consequente capacidade de gestão das Equipas oficinais. Há complementarmente que adaptar os espaços e as ferramentas de trabalho aos novos produtos híbridos, plug-in, eléctricos, mantendo a capacidade de servir bem o Cliente com viaturas de combustão convencional – que ainda são a maioria.

Os parceiros que trabalham áreas como a dos óleos lubrificantes irão assim manter o seu papel na reparação automóvel, antecipando, contudo, que o mercado poderá no futuro ter uma dimensão diferente da actual. Será sem dúvida um grande desafio para a Sogilub reinventar o seu negócio.

S: A situação, sem precedentes, que estamos a viver, está a ter um impacto enorme na actividade económica no geral, e na relacionada com o automóvel em particular. Quer comentar esse impacto e sugerir algumas medidas que pudessem ajudar a mitigar a situação?

MC: Com menos 55% de matrículas novas a nível europeu e menos 56% em Portugal no mês de Março, sabemos que estamos a enfrentar uma conjuntura difícil para o sector. E com mais de um milhão de trabalhadores afectados pela crise Covid-19 na Europa, só na indústria automóvel, urge entender que as soluções têm de ter uma componente cooperativa.
Isto é, acreditamos que o sector vai ter de se adaptar num prazo recorde a um novo perfil de consumidor, a uma nova exigência produtiva, a um novo paradigma de trabalho e a uma reduzida capacidade económica. O perfil do consumidor altera-se bruscamente, quando todos somos forçados a este modelo de confinamento, em que o digital se assume como a porta de saída do espaço fechado da nossa casa e a porta de entrada para o mundo (da informação, do entretenimento, da formação, do trabalho e do consumo).
A produção, que já estava a ajustar-se aos desafios da electrificação e da conectividade automóvel, tem agora de introduzir mais regulamentação de higiene e segurança para a força de trabalho, maior confiança na cadeia de abastecimento e possivelmente, uma reestruturação dos fornecimentos, em razão de uma tendência europeia de reafirmação de capacidade produtiva face à China (agora muito percebida como uma ameaça pelas comunidades). A organização do trabalho concretiza repentinamente uma mudança rápida para mais tecnologia, maior distância, tele-trabalho, redução do papel, informatização e digitalização. Os processos estão a ser revistos, porque a conjuntura assim o exige, reduzindo tudo ao essencial e solicitando às áreas de desenvolvimento e sistemas a implementação muito acelerada de respostas para que as empresas e organizações se possam manter em funcionamento.
Finalmente, antecipando uma retracção substancial de rendimentos, as famílias e as empresas estão a limitar o seu consumo e a diminuir a circulação de bens e serviços, com a consequente depauperização do tecido económico. Neste contexto partilhado por todos, só uma cooperação inequívoca entre todos poderá conduzir à melhoria da situação e são muitos os exemplos de como, socialmente, os Portugueses e os Europeus têm sido solidários e atentos aos problemas que nos unem. Daí que a acção da ACAP e das associações de concessionários, por exemplo, seja o caminho que surge como o mais efectivo para encontrarmos soluções para o sector.